O que foi dito

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Cega-me os olhos

O pó das casas
todo reunido
no meu alpendre.
Cega-me os olhos,
momentaneamente.
A idade dos problemas
remoída dentro de tudo,
como uma tumba.

O túmulo aberto.
Cega-me os olhos.

A sujidade dos canos
toda pegajosa.
Corroí a minha
canalização.
Cega-me os olhos.
O sol queima-os.

As silvas dentro de mim
crescem, naturalmente
selvagens.

O túmulo aberto
cheira a mofo.

Cega-me os olhos.

Sem comentários:

Enviar um comentário